O desafio da educação pública
No Brasil, milhões de estudantes ainda enfrentam um sistema educacional marcado pela precarização e pela desigualdade. Mais de 50% dos alunos do ensino médio não atingem o nível básico de proficiência em matemática e leitura, segundo dados do SAEB (2021).
Além disso, quase metade das escolas públicas carecem de conectividade adequada, o que limita o acesso a tecnologias essenciais para o aprendizado, conforme apontado pelo Censo Escolar 2022.
Como a IA pode transformar a sala de aula
A inteligência artificial (IA), especialmente em sua vertente generativa, tem o potencial de transformar a educação quando utilizada com ética, critério e propósito pedagógico. Não se trata de substituir professores ou estudantes, mas de ampliar possibilidades e criar novas formas de ensinar e aprender.
1. Personalização da aprendizagem
A IA pode gerar trilhas de aprendizagem adaptadas ao ritmo e às necessidades de cada estudante. Com isso, conteúdos e exercícios se tornam mais eficazes, reforçando pontos frágeis e avançando em áreas de domínio.
2. Apoio aos professores
A tecnologia pode automatizar tarefas burocráticas, como correções e elaboração de relatórios, liberando tempo para que os educadores se concentrem na mediação do conhecimento e no apoio socioemocional dos alunos. Além disso, pode sugerir planos de aula alinhados à BNCC e fornecer feedback em tempo real.
3. Inclusão e acessibilidade
A IA pode ser uma grande aliada na promoção da equidade: tradutores automáticos, leitores de texto, legendas e adaptações para estudantes com deficiência tornam o conteúdo mais acessível e democrático.
A transformação está sendo impulsionada por dados e pessoas
Segundo o estudo da UNESCO intitulado “Artificial Intelligence and Education: Guidance for Policy-makers” destaca que a IA, quando aplicada com ética, pode reduzir desigualdades educacionais, desde que venha acompanhada de políticas de acesso e formação.
No entanto, transformar a escola por meio da tecnologia não é apenas uma questão de equipamento ou conectividade. Trata-se, principalmente, de uma mudança de cultura: empoderar professores, ouvir estudantes, valorizar o conhecimento local e criar ambientes de aprendizagem mais humanos, criativos e colaborativos.
Iniciativas que fazem a diferença
Em parceria com a The Trust For The Americas, estamos promovendo ações concretas para transformar o acesso às tecnologias e preparar jovens e educadores para o futuro do trabalho. Por meio do projeto PotencIA 2025, oferecemos formações gratuitas em inteligência artificial, tecnologia e competências digitais em territórios vulneráveis, aproximando a escola pública das inovações mais atuais. Essa iniciativa já impacta centenas de participantes, incentivando o uso ético e criativo da IA como ferramenta de desenvolvimento humano e inclusão produtiva.
Por fim…
A inteligência pode ser artificial, mas a mudança é feita por pessoas reais. É preciso investir em formação docente, garantir acesso equitativo às tecnologias e incentivar o uso ético da IA na educação. Com inovação, ética e intencionalidade pedagógica, é possível construir uma escola pública mais justa, eficiente e alinhada com os desafios do século 21.